Saúde financeira: nos investimentos e no dia a dia, qual a melhor decisão?
O ser humano não gosta de enfrentar incertezas. Entenda como esse fato influencia suas decisões financeiras e em muitas outras situações.
O ser humano não gosta de enfrentar incertezas, mas você sabia que esse fato influencia suas decisões financeiras e em muitas outras situações? Vamos a uma situação hipotética. Você chega ao seu advogado com um problema em uma documentação. Ele estuda o caso, pede outros documentos e, quando você volta, te dá duas opções.
A primeira é seguir adiante com a estratégia que ele já havia pensado, sem garantia de sucesso e com a possibilidade de a situação ficar ainda pior. A segunda é dar o caso por encerrado, e você só paga as custas da causa. Já aconteceu algo parecido com você? Comigo, sim. Essa é uma história real!
O interessante é que essa é uma situação bem comum hoje em dia, em que os papéis ficam invertidos: diante de um problema, o cliente é o decisor e o profissional sugere algumas possibilidades, mesmo que esse cliente não seja um especialista para solucionar a questão da melhor forma.
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No caso do advogado, vamos supor que o especialista pode te aconselhar de duas maneiras:
Situação 1
Na primeira, ele diz:
— Seu caso é bem complicado, mas estou pensando em usar uma estratégia nova, que ainda não foi muito utilizada. O único problema é que ela oferece 90% de chance de fracasso, o que, além da perda do caso, pode exigir que você pague uma multa muito alta.
O que você faria? Aceitaria essa conduta? Provavelmente procuraria outro especialista, né?
Situação 2
No segundo caso, o advogado diz:
— Seu caso é muito complexo, mas vejo uma nova possibilidade de resolvê-lo. Acontece que essa alternativa foi muito pouco utilizada e não garante que vamos ganhar a causa. Essa estratégia te dá 10% de chance de ganhar, apesar dos altos custos envolvidos.
Como essa fala soa para você? Bem melhor, né? O que você faria agora? Provavelmente, como muita gente, você também estaria disposto a aceitar a estratégia sugerida pelo segundo advogado. Porém, ela é igual à que o primeiro ofereceu.
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Sim! Nas suas situações, a probabilidade de sucesso é de 10%. Mesmo assim, a tentação de aceitar a segunda opção é grande.
Quando um cliente busca a opinião de um especialista, espera ouvir a solução de quem entende do assunto e, então, vai usar os conhecimentos que ele tem para decidir se concorda ou não com a sugestão. Não dá para passar a responsabilidade de quem entende do assunto para quem não o conhece.
Outro problema dessa dinâmica é que, dependendo da forma como a solução é apresentada, nós, que não somos os especialistas, mudamos de opinião. Estranho, né? Onde ficam as análises racionais e o conhecimento técnico para embasar a decisão? Aí é que está o problema: eles somem do mapa mental.
De modo geral, nós sempre buscamos uma opinião que nos dê uma certeza. Detestamos ficar em dúvida e, por isso, aceitamos facilmente aquilo que nos traz um conforto de pensamento. Além disso, mudamos de ideia de acordo com a maneira como a informação é apresentada e preferimos acreditar naquilo que confirma nosso pensamento inicial.
A Economia Comportamental sempre destaca o papel do contexto como influenciador das nossas decisões e da forma como interpretamos as situações. E isso nos leva a comportamentos diferentes de acordo com cada situação, o que nem sempre nos leva às melhores escolhas. Acabamos sendo enganados, mas não por quem nos apresentou a informação, e sim, por nós mesmos.
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Por que é importante saber de tudo isso?
Pois podemos analisar cenários e possibilidades com mais atenção, sem nos deixar levar pelo contexto. Diante de qualquer situação que exige uma escolha, podemos fazer um exercício e levantar as seguintes questões:
- Como essa informação está sendo apresentada?
- Será que essa proposta está sendo otimista demais, revelando apenas o seu lado bom?
- Será que essa informação parece confortável pois me dá alguma certeza e isso acalma meu desejo de acabar com as dúvidas sobre a situação?
- O que será que não estou percebendo?
- Quais são os riscos envolvidos nessa alternativa?
Todas essas perguntas também são muito importantes quando pensamos em nossa saúde financeira. Para investir, por exemplo, é fundamental consultar quem tem conhecimento técnico sobre o assunto, comparar e confrontar opiniões.
O primeiro passo é verificar em qual contexto as informações financeiras estão sendo apresentadas. Se elas forem tratadas com muito otimismo, do ponto de vista apenas dos possíveis ganhos, isso levará você a aceitar a proposta com mais facilidade. E isso não significa que essa é a melhor opção, mas ela simplesmente pode parecer mais interessante porque nos traz certezas (e detestamos dúvidas, lembra?).
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Portanto, quando o assunto é investimento, nunca avalie uma informação ou proposta considerando apenas o que está escrito nela. Na dúvida, você pode consultar os especialistas da Brasilprev sobre o “outro lado da moeda”, perguntando sobre os riscos envolvidos em cada opção. Aí, você avalia a situação com mais calma e consegue chegar às melhores decisões.
Aliás, não decida nada sozinho com base no que te disserem que é bom. Consulte especialistas de verdade. E faça a lição de casa: estude, busque informação e conhecimento sobre o tema. Assim, você pode compartilhar sua visão com quem entende do assunto e não será levado pela ideia de que existe uma certeza única.
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