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Segunda gestação: Engravidei de novo, e agora?

Em entrevista com o ginecologista Evandro Oliveira, conheça diversos mitos e dúvidas que podem envolver uma segunda gestação.

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BB Seguros

segunda-feira fevereiro 8, 2021

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A mãe de primeira viagem costuma se deparar com várias dúvidas, sobretudo em relação ao pré-natal. Porém, ao engravidar novamente, a gestante se vê diante de novos questionamentos e inseguranças. Por outro lado, ela já sabe sobre os exames necessários do pré-natal e os procedimentos adequados após o nascimento do bebê. O blog conversou com Evandro Oliveira, ginecologista e diretor médico da Maternidade Brasília, sobre mitos e dúvidas que envolvem a segunda gestação.

 

Maternidade Brasília (MTN): A idade da paciente pode influenciar a segunda gestação?

 

Evandro Oliveira: A idade da paciente já influencia a primeira gestação. O ideal é que a paciente tente engravidar por volta dos 30 anos. Claro que, na segunda gestação, se ela engravidar depois dos 35 anos, a idade pode acabar afetando a gravidez. A mulher pode ter filho depois dos 35 anos, o que tem acontecido muito hoje, já que muitas mulheres estão postergando a gestação. Mas, uma segunda gestação após os 35 anos, acaba oferecendo riscos por causa da idade da paciente.

 

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MTN: A nutrição da gestante tem papel importante na segunda gestação? O que não pode faltar?

 

Evandro Oliveira: O aspecto nutricional, com uma boa alimentação e hidratação, deve ser igual em todas as gestações. O número de gravidezes não é o mais importante. O que é fundamental é que o contexto alimentar como um todo precisa ser igual em todas as gestações, com as devidas correções de anemia, carência de vitamina A e de vitamina D, que devem ser feitas em todas as gestações. Independentemente se for a primeira, segunda ou terceira gravidez, o aspecto nutricional tem que ser semelhante em qualquer gestação, e a grávida deve realizar a correção necessária, de acordo com as demandas do organismo que forem surgindo.

 

MTN: Os enjoos são piores na segunda gestação?

 

Evandro Oliveira: Essa pergunta é interessante porque, por mais que os enjoos sejam desconfortáveis para a grávida, eles têm importância. A gestante só precisa se manter hidratada para evitando a hiperêmese gravídica (excesso de náuseas e vômitos durante a gestação).

Mas a quantidade de gestações não influencia a presença ou não de enjoo. A gestante pode ter a primeira gestação com vários episódios de enjoo e a segunda não ter enjoo nenhum. Mas os enjoos indicam que a gestante está produzindo um hormônio importante, chamado progesterona, que é o grande protetor da gestação. Então, embora o enjoo traga desconforto para a gestante, ele tem o lado positivo, que é “mostrar” a produção de progesterona. O importante mesmo é evitar que a paciente se desidrate em função do excesso de vômito.

 

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MTN: Há diferença na amamentação?

 

Evandro Oliveira: De maneira nenhuma. A amamentação deve seguir sempre os mesmos padrões em qualquer gestação. O ideal é que a gestante aproveite a experiência da primeira gestação para que, na segunda, ela se sinta mais segura e confortável para realizar a amamentação. Mas não existe diferença na amamentação em relação à primeira ou à segunda gestação.

 

MTN: Quais as principais diferenças no corpo da gestante em relação à primeira gestação? Como fica o crescimento da barriga, dos seios, o cansaço da grávida etc.?

 

Evandro Oliveira: Uma gravidez saudável é aquela que apresenta uma evolução normal, sem nenhum tipo de intercorrência, que não vai ocasionar alterações diferentes no corpo da gestante de uma gravidez para outra.

Por mais que cada gravidez tenha a sua história específica e que cada gestante tenha o seu comportamento físico e emocional particular, as gravidezes em si têm muitas coincidências. O que é importante nesse contexto é que uma segunda gestação precisa ser mais tranquila pelo conhecimento que se adquiriu na primeira gestação. A barriga não cresce mais rápido, o cansaço estará muito mais ligado a uma boa alimentação para que a gestante não tenha anemia e os seios não sofrerão uma modificação diferente. As transformações físicas da gestante serão as mesmas da primeira gestação. Então, é imprescindível que ela se cuide e faça o acompanhamento pré-natal para que a nova gravidez evolua da mesma forma que a primeira.

 

MTN: Como fica o sono na segunda gestação?

 

Evandro Oliveira: No início da gravidez, a gestante tem a tendência de dormir mais um pouco do que de costume, por conta da progesterona, hormônio que tem grande importância na proteção do primeiro trimestre da gestação. Até a placenta se formar e proteger o neném, a progesterona produzida pelo ovário é o grande protetor do desenvolvimento do feto. E esse hormônio costuma ocasionar sono. Então, a tendência é que essas pacientes, no começo da gestação, tenham mais sono. Tanto na primeira como na segunda gravidez. Por volta da 36ª e 37ª semanas (final do oitavo mês e início do nono mês de gravidez) esse sono pode acontecer de novo por conta da liberação da progesterona em grande quantidade. Dessa forma, o sono é uma característica ligada à produção de hormônios durante a gravidez.

 

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MTN: Como fica a recuperação do útero?

 

Evandro Oliveira: Para responder a essa questão, vou dividir em parto normal e cesariana. No parto normal, a recuperação do útero acontece de forma mais tranquila e com menos riscos. Depois da quarentena da mulher (após 40 dias), a tendência natural é que, no parto normal, o útero já volte ao tamanho normal e é comum que, durante o período de puerpério, a paciente tenha ainda episódios de sangramento. E mais interessante é que, quanto mais a mãe amamenta, mais ela tem chance de contrair o útero fazendo com que ele volte ao tamanho original mais rápido, mesmo com alguns episódios de sangramento nesse período.

Já na cesariana, em condições normais, a recuperação do útero também é assim. A diferença é que o quadro doloroso é mais acentuado. Mas por volta de 40, 45 dias, o útero volte ao tamanho normal.

 

 

MTN: Alguma diferença no segundo parto, seja cesárea, seja natural?

 

Evandro Oliveira: Existem diferenças sim. O mais importante, na realidade, talvez não sejam nem as diferenças, mas a segurança materna e a segurança fetal estarem sempre preservadas, independentemente de o parto ser normal ou cesariana.

Então quando o médico obstetra e a mãe escolhem a via de parto, essa escolha está em conformidade com determinado contexto que precisa ser analisado. Entretanto, o que mais importa é sempre preservar a segurança do feto e da mãe, a despeito do tipo de parto escolhido.

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