Exposição exagerada a telas prejudica o desenvolvimento infantil
Entre os malefícios, estão o aumento da miopia, o vício de games e a falta de socialização
Tempo estimado de leitura: aproximadamente 4 minutos
Assuntos abordados:
– Telas
– Superexposição
– Miopia
– Atividades ao ar livre
– Fatores comportamentais
– Fatores emocionais
Crianças submetidas a altas cargas de tecnologia têm conhecimento superficial de muitos assuntos, são mais imediatistas, apresentam distúrbios de déficit de atenção e são dispersas nas atividades. É o que afirma a médica patologista clínica e pediatra, Dra Natasha Slhessarenko, durante entrevista ao podcast da Dasa Educa.
Segundo ela, apesar de proporcionar uma ilimitada quantidade de acesso às informações, a jogos ou entretenimento, há também malefícios que precisam ser considerados. “Algumas dessas crianças não sabem vestir roupas e tem dificuldade para se relacionar, mas conseguem deslizar os dedos nas telas”, comenta. Entre outros males, está o vício nos games que, a partir de 2022, será considerado um problema de saúde mental por meio do CID-11, classificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Na mesma linha, um estudo do Canadá liderado pela pesquisadora Sarah A. Moore, mostrou que, durante a pandemia da Covid-19, as crianças têm gastado mais de cinco horas por dia em frente às telas, além do tempo de aula virtual. Para driblar a falta de atividades e inovar na rotina de aula online, os pais ou responsáveis devem, em primeiro lugar, se desconectar e interagir com a criança ou o adolescente para que apresentem o melhor desempenho dentro da nova realidade. De que forma? Investindo em brincadeiras como pique esconde, pique bandeira, jogo das três marias, lego, marco ou polo, gesso, pintar, brincar com bonecos.
A recomendação do uso de telas por faixa etária, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SPB), é que:
- Até os 2 anos – as crianças não devem ser apresentadas a nenhum tipo de tecnologia. Considerando que 90% do cérebro se desenvolve nos primeiros dois anos de vida, é preciso estimular o desenvolvimento das habilidades como, por exemplo, amassar papel, rabiscar, empilhar cubos, usar o pincel com tintas
- Dos 2 aos 5 anos – máximo 1 hora de atividades em tela e sob supervisão do responsável
- Dos 6 aos 11 anos – máximo 1 hora de atividades em tela e sob supervisão
- Dos 12 aos 18 anos – máximo 3 horas por dia
O ideal é que as telas sejam desligadas 2 horas antes de dormir.
Aumento de miopia em crianças – Crianças e adolescentes entre cinco e 18 anos tiveram um aumento de 40% na progressão da miopia entre 2019 e 2020. “O percentual não só é muito alto, mas confirma a hipótese de que fatores ambientais e não apenas genéticos podem aumentar essa doença. Se as crianças não saem de casa e não recebem luz solar, seu corpo não gera esse neurotransmissor e aí a doença é desencadeada. Nenhuma luz artificial pode substituir os raios do sol na geração da dopamina”, explica Carolina Picotti, médica argentina, oftalmologista infantil e autora de estudo publicado recentemente no The Lancet.
Portanto, atenção aos sinais. Levantar para chegar mais perto para ler ou sentar muito próximo para assistir televisão, queixas de dores de cabeça, incômodo nos olhos ou irritação após as aulas ou tarefas de casa, o piscar de olhos de maneira excessiva lendo um livro ou usando o celular, esfregá-los com frequência, entre outros, podem ser indícios de problemas na visão. Nesses casos, o pediatra ou oftalmologista devem ser consultados.
Saúde mental – A Sociedade Brasileira de Pediatria alerta que as novas mídias tendem a preencher vácuos como ócio, tédio, necessidade de entretenimento, abandono afetivo ou mesmo pais ‘ultraocupados’, muitas vezes, com seus próprios celulares. As consequências, tanto do acesso a conteúdo inadequado quanto do uso excessivo, têm sido constatadas nos relatos de acidentes, abusos de privacidade, distúrbios de aprendizado, baixo desempenho escolar, atrasos no desenvolvimento, entre outros.
Em paralelo, as experiências adquiridas por crianças e adolescentes por meio das telas, como a agressividade e intolerância manifesta nos jogos e redes, se não forem melhor reguladas, podem ter forte impacto no comportamento e estilo de vida até a fase adulta. Confira neste link o Manual de Orientação #MenosTelas #MaisSaúde elaborado pela SBP com recomendações sobre o uso saudável das telas digitais em tempos de pandemia da Covid-19.
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Esse conteúdo exclusivo foi produzido a partir de parceria do blog Primeiros Passos com o Espichei, rede materna paterna criada em Brasília e que reúne milhares de famílias em prol de uma maternidade mais consciente, colaborativa e sustentável. Acompanhe esta iniciativa conjunta também nas redes sociais pela hashtag #espicheiprimeirospassos
Com informações da Revista Crescer e jornal Extra
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