A danada da culpa
Texto autoral de uma mãe da rede Espichei
Tempo estimado de leitura: aproximadamente 4 minutos
Assuntos abordados:
– Sentir culpa
– Estar ocupado
– Readaptação
– Tempo de qualidade com os filhos
Nós estamos todos muito ocupados. Nos dividimos entre a casa, o trabalho, exercícios físicos, cursos extracurriculares, saída com os amigos, festas infantis… Ixi, eu poderia facilmente citar mais umas mil coisas! No meio disso tudo, sentimos que nos falta umas 10 horas a mais no dia. E aí vem a danada da culpa fazer morada na nossa mente.
Culpa por quê? Porque, no nosso coração, não estamos dedicando tempo suficiente para os nossos filhos. As mulheres estão cada vez mais importantes e ativas no mercado de trabalho – o que é ótimo! – e isso consequentemente lhes torna mais atarefadas. O dia dura mais de oito horas fora de casa e, quando voltamos, precisamos fazer escolhas.
Comigo foi assim: no exato dia em que a minha pequena completou quatro meses, eu voltei ao escritório. Não vou mentir: eu queria muito que isso acontecesse. Eu já estava ansiosa por voltar a sair de casa, me arrumar para isso, ver pessoas e falar de coisas fora do universo da mamadeira e da fralda. Mas isso não significa que o retorno tenha sido sem dor – física, pelo seio que amamentava, e mental, pela vontade de voltar para casa.
Demorei mais de três anos para regularizar minha rotina de exercícios. Eu, que sempre fui engajada na ginástica, simplesmente não conseguia optar por ir à academia em vez de passar o restinho de noite com minha filha. Sabia que ela não teria mais aquele tamanho e idade, que eu nunca mais a veria bebezinha, que ela um dia pararia de mamar em meus seios e que eu precisava guardar aquilo comigo. Mais uma vez, uma escolha que não era exatamente fácil.
Se a gente escolhe trabalhar, sente culpa por não estar em casa. Se a gente decide ficar em casa, sente culpa por não estar produzindo. Se vamos à academia, nos sentimos culpadas por preferir a boa forma ao bebê. Se não nos exercitamos, nos sentimos culpadas porque nosso corpo e saúde podem estar definhando. Se você é mãe de primeira viagem, posso apostar que esse sentimento bate mais forte. E não creio que haja fórmula mágica para solucionar.
O que valorizo hoje é ter tempo de qualidade com a minha cria. Seja uma, duas ou 10 horas, já que não poderia remediar o irremediável, coloquei no coração que aqueles momentinhos com ela seriam aproveitados da melhor forma. Tentar deixar o celular de lado, desligar a televisão, focar naqueles minutos em que você está ali para o seu pequeno, é isso que importa. Lá na frente, eles não terão a memória de quantas exatas horas você dedicou, mas lembrarão sim das brincadeiras que fizeram, jogos que jogaram, lugares que visitaram e risadas que deram.
Eu não me arrependo das decisões que tomei até aqui. Talvez, com a oportunidade em mãos, fizesse algumas coisas um pouco diferente. Mas não importa, são águas passadas. Assim como também virou passado tudo aquilo que me consumiu e a bebê, que hoje é criança. Sou feliz pela escolha de aproveitar o tempo que nos restava porque, de fato, estamos sempre vivendo o tempo que nos resta. Cada minuto se vai e não volta. Então, o melhor que podemos fazer é viver ao máximo tudo que podemos.
Tentar levar com serenidade, apesar de nem sempre conseguir, é a minha decisão para o que foi escolhido. Acolher o presente, deixar a culpa no passado e planejar um futuro com coração mais leve. Desejo que assim seja para você também.
Se livre da culpa de não proteger a sua casa
Reduza o risco de um acidente doméstico com quem ama. Com o pacote de assistência Casa Segura, do Plano Total, você recebe uma ajuda extra para adaptar a segurança no seu lar. Saiba mais aqui.
Conteúdos relacionados:
Amamentar: descubra os benefícios psicológicos para o bebê
Tem criança na cozinha: receitas para fazer com os filhos
Esse conteúdo exclusivo foi produzido a partir de parceria do blog Primeiros Passos com o Espichei, rede materna paterna criada em Brasília e que reúne milhares de famílias em prol de uma maternidade mais consciente, colaborativa e sustentável. Acompanhe esta iniciativa conjunta também nas redes sociais pela hashtag #espicheiprimeirospassos
Gosta deste tipo de conteúdo? Então, assine a newsletter e não perca nenhum texto!
Voltarao Topo