Doenças oftalmológicas mais comuns na infância
A identificação deve ocorrer o mais cedo possível para garantir que o seu filho tenha o tratamento adequado e evite grandes danos à visão
Tempo estimado de leitura: aproximadamente 6 minutos
Assuntos abordados:
– Doença oftalmológica
– Problema de visão
– Miopia
– Hipermetropia
– Estrabismo
– Retinoblastoma
– Catarata
Um elevado percentual de crianças em idade escolar apresentam doenças oftalmológicas na infância. O Conselho de Oftalmologia Brasileiro (COB) estima que mais de 250 mil jovens de 5 a 15 anos têm dificuldade para enxergar no nosso país. E, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), de 60% a 80% dos casos são evitáveis ou tratáveis.
Por essa razão, é muito importante fazer consultas periódicas com um oftalmologista. Principalmente para os bebês e crianças pequenas, que não sabem expressar suas dificuldades visuais de forma clara. Os responsáveis devem ficar atentos aos sintomas dos pequenos e identificar se há algum comportamento estranho.
Essas são as doenças oftalmológicas mais comuns durante a infância. Felizmente, na maioria dos casos, é fácil identificar uma criança com problema de visão. Essa identificação deve ocorrer o mais cedo possível para garantir que o seu filho tenha o tratamento adequado. Apenas dessa forma é possível evitar grandes danos à visão.
Vale ressaltar que, mesmo sem apresentar sintomas, a criança deve fazer um acompanhamento anual com o oftalmologista. Assim, será possível realizar exames e identificar qualquer dificuldade para enxergar, evitando a sua progressão. Conheça as principais doenças oftalmológicas na infância e saiba como identificar uma criança com problema de visão:
Miopia
A miopia ocorre quando a imagem não é corretamente focalizada na retina. Isso faz com que se tenha dificuldade para enxergar coisas a uma distância maior. Assim, a criança míope começa a evitar brincadeiras e atividades que exijam enxergar longe, já que ela consegue ver melhor de perto. Além disso, é possível ver que o pequeno tem dificuldade para enxergar o quadro na aula ou ler placas, por exemplo.
Em muitos casos, essa doença é hereditária. No entanto, existem outras causas. Uma delas é a fadiga ocular resultante do esforço para manter o foco em um ponto específico. Isso ocorre muito, atualmente, por conta do uso excessivo de celulares ou tela do computador. Por essa razão, pessoas que passam mais tempo em atividades externas apresentam menor incidência de miopia.
Tratamento: em crianças, o tratamento pode ser realizado por meio da utilização de medicamentos, óculos ou lentes de contato. No primeiro caso, utiliza-se colírio com atropina com diluição adequada conforme orientação e diagnóstico médico.
Hipermetropia
Os bebês nascem hipermétropes, visto que seu globo ocular ainda não atingiu o tamanho ideal. Dessa forma, as imagens captadas são formadas após a retina, no início, a criança sente dificuldade para enxergar de perto. Com o desenvolvimento, o globo ocular cresce e esse quadro é revertido.
É possível, no entanto, haver um desenvolvimento incompleto. Por isso, algumas crianças não têm reversão total do quadro e continuam apresentando essa doença oftalmológica. Além disso, a hipermetropia pode surgir na infância devido a outros problemas. Assim, os pais devem ficar atentos aos seus sinais: tendência a aproximar muito os livros e cadernos dos olhos e assistir televisão estando muito próximo da tela.
Tratamento: o tratamento da hipermetropia em crianças é feito com o uso de óculos corretivos, principalmente, quando há desvio dos olhos associado. Dê play no vídeo abaixo e confira uma live completa sobre o uso de óculos na infância.
Estrabismo
O estrabismo é a perda do paralelismo dos eixos visuais, isto é, quando um ou ambos os olhos estão desviados. Isso pode ocorrer para dentro, chamado de esotropia, ou para fora, conhecido como exotropia. Até os seis meses, o aparecimento de certo desalinhamento entre os olhos é normal. Isso se dá, pois o bebê ainda não tem uma boa fixação das imagens na mácula, a parte central da retina.
A presença de boa visão é uma condição para que os olhos fiquem alinhados. Após essa idade, os pais devem estar atentos — quanto mais cedo o tratamento começa, maiores são as chances de cura. Mas, afinal, o que causa o estrabismo infantil? Normalmente, esse problema ocorre entre a comunicação entre o cérebro e os olhos. Assim, não há um controle dos movimentos oculares como deveria.
Tratamento: enquanto os olhos da criança estão em desenvolvimento, o estrabismo pode ser tratado com o uso de tampão. Esse tratamento ajuda a estimular a musculatura do olho mais fraco e melhorar a comunicação com o cérebro. Já em crianças mais velhas, a correção é feita com a utilização de óculos. Em alguns casos, recomendam-se cirurgias.
Ambliopia
Outra doença relativamente comum é a ambliopia. Ela causa o desenvolvimento irregular de um dos olhos, que pode não evoluir adequadamente. Como consequência, ele participa de forma mínima na visão da criança. Por isso, a doença é popularmente conhecida como “olho preguiçoso” e é notada pelo desvio ocular. Entre as causas mais comuns estão: estrabismo, miopia, hipermetropia e astigmatismo.
Tratamento: assim como o estrabismo, a ambliopia deve ser tratada com oclusão, exercícios oculares orientados e o uso de óculos. Seu tratamento deve ser precoce para o estímulo visual ocorrer de forma adequada.
Leucocoria
A leucocoria significa “pupila branca”, que se dá pelo surgimento de lesões nessa ou atrás dessa estrutura. As lesões são pequenas manchas brancas que aparecem na parte escura do olho. Elas impedem a passagem da luz da forma correta, o que pode atrasar o desenvolvimento ocular da criança ou causar seu atrofiamento. Sua identificação é mais fácil do que as outras, já que os recém-nascidos passam pelo teste do olhinho.
Tratamento: o tratamento da leucocoria depende diretamente da doença causadora.
Retinoblastoma
O retinoblastoma é um tumor maligno que altera as células da retina. Trata-se do tumor ocular mais frequente em crianças, e é uma das doenças oftalmológicas na infância mais graves. Também pode ser identificada pelo teste do olhinho que deve ser realizado com frequência em crianças pequenas.
Tratamento: existe uma série de modalidades terapêuticas para o tratamento do retinoblastoma, após diagnosticado. Ele, no entanto, será programado de acordo com a extensão da doença, ou seja, se ela está atingindo os dois olhos ou apenas um.
Lacrimejamento excessivo
O lacrimejamento excessivo, ou seja, a grande quantidade de lágrima no olho também é um problema. Ele pode ocorrer em bebês e sua causa mais comum é a obstrução parcial ou total dos ductos lacrimais. Isso impede a drenagem completa das lágrimas.
Tratamento: normalmente, esse problema é resolvido ao longo do crescimento dos pequenos. Durante esse processo, os ductos lacrimais se tornam mais alargados. No entanto, em alguns bebês pode ser necessário realizar a massagem local ou sondagem do canal nos casos persistentes.
Alergia ou conjuntivite alérgica
A alergia é uma das doenças mais comuns nos olhos de crianças. Em geral, os pequenos apresentam alergia a: poeira, ácaros, pelos de animais, fumaça de cigarro, pólen, mofo, poluição, perfume e cheiros fortes, como os de produtos de limpeza.
Normalmente, as crianças apresentam o sintoma dessa doença oftalmológica quando há mudança climática. Além disso, a alergia pode estar ligada a outras doenças, como a asma, dermatite e rinite. Um dos sintomas comuns nesse tipo de quadro é a conjuntivite alérgica, caracterizada por coceira no olho, vermelhidão, inchaço das pálpebras, sensibilidade à luz, lacrimejamento excessivo e secreção aquosa.
Tratamento: deve ser tratado com colírios antialérgicos e lavagem ocular com soro fisiológico, além de antialérgicos orais. É fundamental evitar o contato com o alérgeno que desencadeou a crise. Para isso, os pais devem observar em quais situações a criança desenvolve os sintomas, identificando o agente causador. Se não houver tratamento correto, essa conjuntivite pode evoluir para uma bacteriana, trazendo riscos à visão.
Catarata congênita
A catarata congênita é responsável por cerca de 10% a 20% dos casos de cegueira infantil. Além disso, é uma das doenças oftalmológicas mais comuns nos pequenos. Na infância, o principal sintoma é uma mancha esbranquiçada na pupila. Esse problema costuma ser notado ao se tirar uma foto com flash, quando a mancha se destaca.
Essa alteração significa que há perda de transparência do cristalino, a “lente ocular”, que é fundamental para uma visão nítida. De forma geral, essa doença pode ser causada por herança genética e infecções intrauterinas. Ou seja, quando pais e outros familiares apresentam a doença, aumenta a chance de a criança desenvolver também. Em relação a infecções, as mais comuns são: rubéola, sífilis e toxoplasmose.
Tratamento: em muitos casos, é preciso operar para remover a catarata. Para completar o procedimento, é implantada uma lente intra-ocular. Também é necessário um acompanhamento rigoroso dessa doença na infância até os 10 anos. Depois desse período, deve-se seguir com acompanhamento rotineiro para o resto da vida.
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* Com informações de Retina Pro
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