Amamentação e gravidez simultânea. Como lidar?
Se não houver contraindicação médica, a mãe pode continuar a amamentar o bebê e manter uma alimentação rica em nutrientes para nutrir o feto
Tempo estimado de leitura: aproximadamente 5 minutos
Assuntos abordados:
– Amamentação
– Lactogestação
– Amamentar filhos com idades diferentes
– Fatores emocionais
– Fatores comportamentais
Quando uma mulher amamenta durante uma gestação, esse processo ganha o nome de lactogestação. E, emendar uma gravidez em outra leva a muitos questionamentos e preocupações. Entre elas, a dúvida de continuar amamentando, o desmame precoce, a retenção ou alteração no sabor do leite, a possibilidade de um aborto espontâneo, como seguir uma dieta rica em nutrientes para suprir o feto e nutrir o bebê mais novo…
Fato é que essa gestação demandará os cuidados de uma gestação fora do período de amamentação, podendo, ou não, ter os mesmos riscos. O primeiro passo desse novo processo é buscar o atendimento pré-natal para iniciar o acompanhamento. Para esclarecer as dúvidas das mães e pais de segunda viagem, o blog BB Seguros Primeiros Passos ouviu o ginecologista da Maternidade Brasília Fábio Passos.
Confira a íntegra da entrevista:
Quais são os sintomas de gravidez para quem amamenta e como saber se está ovulando no período de amamentação?
FP: O período de amamentação se caracteriza por um predomínio de produção de um hormônio pela glândula chamada prolactina. A glândula hipófise, que fica dentro do crânio, é responsável pelo controle de quase todo o sistema hormonal do corpo humano. No período da amamentação, essa glândula se volta quase exclusivamente para a função de amamentação. Com isso, a produção dos hormônios que controlam o ciclo ovariano ficam prejudicados, levando muitas vezes a ciclos menstruais irregulares ou até mesmo à ausência de menstruação. Ou seja, nem sempre a ausência da menstruação será o principal sintoma. Deve-se observar náuseas e vômitos, dor e inchaço nas mamas e o aumento de volume abdominal. Por isso, algumas gestações nesta fase são percebidas um pouco mais tardias, mas nada impede de fazer um bom acompanhamento pré-natal.
A mãe precisa fazer o desmame antes da hora para que o seu corpo se dedique à produção de hormônios necessários à formação do novo bebê?
FP: Engravidar amamentando, salvo raras exceções, não leva ao desmame. Mesmo que a ocitocina, hormônio que tem função de ejeção de leite e também de contração uterina, seja produzida em maior quantidade, isso – na maioria das vezes – não levará a contrações, abortamentos ou parto prematuro.
Continuar a amamentar poderá levar ao aborto?
FP: Pacientes com histórico de parto prematuro, com colo curto ou que tenham realizado a cirurgia de cerclagem, podem ser consideradas interromper a lactação para que não haja possibilidade de interferência nestes casos específicos.
Se a mãe optar por amamentar durante a gravidez, ela terá condições de alimentar os dois filhos ao mesmo tempo?
FP: Amamentar os dois filhos de idade diferente vai depender da adaptação do mais velho, pois ao longo da gestação e principalmente após o parto, a produção láctea se volta para as características nutricionais que são requeridas pelo recém-nascido, podendo esta mudança de sabor inclusive, não agradar ao mais velho.
O sabor do leite muda?
FP: De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, o leite pode ficar um pouco mais salgado. E é comum a mulher ter menos leite do que costumava ter. Por isso, algumas crianças estranham e podem, inclusive, não querer mais mamar. Outras (a maioria) continuam a mamar e mantêm esse hábito mesmo depois do nascimento do novo bebê.
Como garantir nutrientes aos dois bebês?
FP: De acordo com a Associação Americana de Gravidez, a mãe deve consumir 500 calorias a mais por dia se o filho já se alimentar por outras fontes, o que provavelmente já estará acontecendo, ou 650 calorias extras caso a gestação ocorra antes do primogênito completar seis meses de vida. Isso além do aporte que já deve ser maior por conta da gravidez – cerca de 350 calorias no 2o trimestre e 450 no 3o trimestre.
Estudos – Estudo publicado pela Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) mostra que a prevalência do aleitamento materno entre gestantes é variável. As taxas variam entre 5% e 61% em diferentes continentes, sendo mais altas em países com culturas favoráveis ao aleitamento materno.
Recomendações – A Sociedade Brasileira de Pediatria, seguindo as orientações do Ministério da Saúde, afirma que mesmo gestante, a mãe pode continuar amamentando o bebê que já nasceu, desde que não haja contraindicação médica, ameaça de aborto ou histórico de parto prematuros. A Associação Americana de Pediatria (AAP) também segue o mesmo posicionamento.
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*Com informações do site Bebe.abril.com.br
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