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Dor nas pernas pode ser dor de crescimento?

As dores surgem à noite ou de madrugada, às vezes tão intensas que levam ao choro. Na manhã seguinte, a criança está assintomática e não apresenta limitação

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segunda-feira maio 9, 2022

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Tempo estimado de leitura: aproximadamente 4 minutos

 

 

Assuntos abordados:

 

  • Crescimento
  • Dor nas pernas
  • Dor de crescimento
  • Picos de desenvolvimento
  • Saúde infantil

 

 

As queixas de dores em membros são comuns em crianças e, na maioria das vezes, são benignas. As mais frequentes são as dores noturnas recorrentes em membros que são benignas e receberam o nome de “dor de crescimento”. Na realidade, não existe relação com nenhuma fase do crescimento físico, mas este termo foi consagrado pelo uso e ainda é utilizado nos dias atuais, servindo para diferenciá-la de uma série de outras condições que causam dor em crianças.

 

A pediatra, neonatologista e gerente de qualidade na Maternidade Brasília, Sandi Sato, explica que se trata de uma condição benigna, de evolução crônica e de curso autolimitado, acometendo de 10% a 20% das crianças. Obrigatoriamente, deve ser diferenciada de outras causas de dor presentes em doenças mais sérias.

 

Entre os sinais mais comuns estão a sensação dolorosa que acomete os membros inferiores, principalmente na região da panturrilha, atrás dos joelhos e nas coxas e dor bilateral, ou seja, dor nas duas pernas ao mesmo tempo ou em dias alternados. “A boa notícia é que as dores de crescimento não são uma condição grave, e cerca de 95% das crianças sentem alívio com massagens. Porém, é importante a consulta com um pediatra para avaliação e diagnóstico”, desvenda a a Dra Sandi Sato,

 

O diagnóstico de dor de crescimento se baseia em critérios clínicos. O início das crises tem início geralmente entre os três e seis anos, em ambos os sexos. A história detalhada, obtida com a cooperação da família e da criança, é tipicamente bilateral em 80% dos casos, localizada na parte anterior das coxas, canelas, panturrilhas e atrás dos joelhos, sendo raro o envolvimento dos membros superiores.

 

As dores surgem à noite ou de madrugada, às vezes tão intensas que levam ao choro. Na manhã seguinte, a criança está totalmente assintomática e não apresenta nenhuma limitação física. É rara a ocorrência diária e o intervalo entre as crises varia de alguns dias, semanas ou meses. Há casos em que os pais notam uma relação entre o aumento de atividade física e a dor, mas isso não é constante.

 

 

 

A Sociedade Brasileira de Pediatria esclarece dúvidas frequentes sobre essas dores:

 

Como saber se a criança tem dor de crescimento?

 

SBP: Por ser a causa mais comum de dores nos membros, a família frequentemente pensa no diagnóstico de dor de crescimento, mas este é um diagnóstico de exclusão, sendo necessário diferenciá-la de outras causas de dor não benignas.

 

 

É comum a história de dores de crescimento em outras pessoas da família?

 

SBP: Na história familiar é possível detectar a história de dor de crescimento em 20% a 47% dos parentes de primeiro grau. Apesar de comum, outras causas devem ser investigadas.

 

 

A criança apresenta alguma anormalidade ao exame físico?

 

SBP: O exame físico da criança com dor de crescimento é normal. Ela caminha normalmente, a coluna e as extremidades não apresentam deformidades, nem restrição de movimentos. Não existe fraqueza muscular, nem alteração dos reflexos. A presença de articulações inchadas, massas palpáveis, dor ao movimento dos membros ou à palpação indicam a necessidade de exames de laboratório e de imagem em busca de outros diagnósticos.

 

 

Quais alterações estarão presentes nos exames laboratoriais?

 

SBP: Nas dores de crescimento, os exames de laboratório são normais. Alterações no hemograma e aumento de valores nos marcadores de inflamação, tais como a velocidade de hemossedimentação e a proteína C reativa, são úteis em detectar inflamação e/ou infecção, afastando o diagnóstico de dor de crescimento.

 

 

Os exames de imagem são necessários?

 

SBP: Os exames de imagem nos casos de dor de crescimento são comuns. Radiografias são úteis para investigar neoplasias, infecções e causas traumáticas. Às vezes, a ressonância magnética poderá mostrar uma lesão não detectada na radiografia simples, como a doença de Legg-Perthes-Calvé, fase inicial da osteomielite e neoplasias. Cintilografia óssea pode ser necessária em casos de doença óssea difusa, como a osteomielite crônica multifocal ou metástases de câncer.

 

 

Como tratar as dores de crescimento?

 

SBP: O grau de ansiedade será reduzido quando a família compreender e aceitar que as dores são benignas e desaparecerão até o fim da infância. Durante as crises, cerca de 95% das crianças sentem alívio com massagens, enquanto outros, com crises mais demoradas, precisam de analgésicos comuns ou anti inflamatórios, tais como ibuprofeno.

 

 

Quando pensar em outras causas de dor?

 

SBP: Dores em membros podem ter diferentes causas: autoimune/inflamatórias, infecciosas, hematológicas, vasculares, neoplásicas, traumáticas e estruturais, metabólicas e síndromes de amplificação dolorosa.  O pediatra investigará a possibilidade de cada uma delas. Crianças nos primeiros episódios de dor – ou com história não característica de dor de crescimento, ou com alguma alteração no exame físico – deverão ser investigadas quanto a presença de sinais e sintomas compatíveis com outras causas de dor, exames de laboratório ou de imagem.

 

 

É possível classificar os diferentes tipos de situação envolvendo a dor?

 

SBP: A artrite idiopática juvenil (AIJ) merece uma atenção especial, pois é uma doença crônica e progressiva, definida como presença de artrite em uma ou mais articulações em período igual ou superior a seis semanas em crianças com menos de 16 anos. A artrite pode se manifestar de modo pouco alarmante ou sintomático, às vezes com exames laboratoriais normais ou inespecíficos. Apesar de ser a causa mais frequente de artrite em crianças, ela não é comum e, por isso, pode não ser considerada na investigação inicial.  A falta de diagnóstico precoce levará ao tratamento tardio e maiores chances de evoluir com sequelas e com perda da qualidade de vida.

 

 

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* Com informações da Sociedade Brasileira de Pediatria

 

 

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Esse conteúdo exclusivo foi produzido a partir de parceria do blog Primeiros Passos com o Espichei, rede materna paterna criada em Brasília e que reúne milhares de famílias em prol de uma maternidade mais consciente, colaborativa e sustentável. Acompanhe esta iniciativa conjunta também nas redes sociais pela hashtag #espicheiprimeirospassos

 

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