Endometriose e infertilidade: É possível engravidar?
A endometriose é uma doença inflamatória que afeta a mulher em idade reprodutiva, sendo caracterizada por implante e crescimento de tecido endometrial (glândulas e/ou estroma) fora da cavidade uterina.
Formas de tratamento da endometriose: é possível engravidar?
Uma equipe multidisciplinar de saúde da mulher deve ser envolvida, na tentativa de fornecer um tratamento capaz de abranger os aspectos biopsicossociais da paciente.
A escolha do tratamento dependerá da gravidade dos sintomas e da extensão da doença, assim como do desejo de engravidar e da idade da paciente. Ele pode ser clínico, cirúrgico ou, ainda, a combinação de ambos os métodos. O tratamento clínico envolve o uso de medicações hormonais, analgésicos, fisioterapia, dieta e cuidados com a saúde mental, como suporte psicológico e prática da meditação. A eficácia das abordagens terapêuticas tem sido medida por meio de avaliações da melhora da dor e das taxas de fertilidade.
A medicina ainda não apresentou as razões exatas da infertilidade causada pela endometriose. Mas há a hipótese de que o processo inflamatório e as aderências que ela provoca podem estar ligados ao problema da infertilidade.
As mulheres que têm endometriose nos dois ovários ou que têm endometriose mais grave (com alteração da posição das tubas) são mais propensas à infertilidade.
A infertilidade associada à endometriose pode ser tratada com cirurgia, fertilização in vitro (FIV) ou ambas.
O tratamento cirúrgico é feito com a remoção de toda a doença da cavidade abdominal e, principalmente, perto dos órgãos reprodutivos.
Algumas pacientes podem realizar a fertilização in vitro antes de tentar o tratamento cirúrgico, e, em alguns casos, a cirurgia é realizada antes da FIV para aumentar as taxas de sucesso do procedimento.
Outro cenário acontece quando a paciente tem os dois ovários comprometidos pela doença ou tem sua reserva de óvulos reduzida. Nesse caso, será necessária a preservação dos óvulos antes da cirurgia, porque, ao mexer nos ovários, sempre existe uma perda de óvulos, sobretudo se a paciente tem mais de 35 anos. Por isso é essencial consultar um ginecologista se você tem endometriose e deseja ser mãe.
O que acontece se a paciente engravidar?
Quando a paciente com endometriose engravida, a tendência é que os sintomas da doença reduzam consideravelmente, sobretudo no segundo e no terceiro trimestres de gestação. Vale lembrar que a condição não gera complicações para a mulher na gravidez.
Após a gestação, as manifestações da doença podem voltar e, por isso, é importante se consultar regularmente com um ginecologista.
O importante é ficar atenta caso algum desses sintomas reapareçam:
- dor abdominal;
- dor pré-menstrual e durante a menstruação;
- dor nas relações sexuais e sangramento irregular;
- cólicas menstruais intensas;
- dor difusa ou crônica na região pélvica;
- sangramento menstrual intenso ou irregular;
- alterações intestinais ou urinárias durante a menstruação;
- dificuldade para engravidar e infertilidade.
Fatores de risco para a endometriose
Ainda não é possível prevenir a endometriose. Porém, há fatores de risco que podem aumentar as chances de uma mulher ter a doença. Por exemplo, ter parentes próximos com a doença; nunca ter engravidado; apresentar problemas de saúde que impedem o correto fluxo menstrual; nunca ter usado contraceptivo oral (pílula); estresse e tabagismo também podem influenciar o desenvolvimento do quadro, mas têm importância secundária.
Como detectar a endometriose?
Os principais sintomas da endometriose são cólica menstrual incapacitante, dor nas relações sexuais e infertilidade. Aproximadamente 20% das mulheres têm apenas dor, 60% das pacientes têm dor e infertilidade e 20% têm apenas infertilidade. Algumas dores são incapacitantes, enquanto outras não sentem nenhum tipo de desconforto. Ao menor sinal de desconforto, procure o médico.
O diagnóstico, em casos de suspeita de endometriose, é feito por meio da história clínica e do exame físico, com avaliação ginecológica completa. A ecografia transvaginal para o mapeamento da endometriose e a ressonância magnética auxiliam no diagnóstico e na identificação dos focos da doença. Atenção especial deve ser dada ao exame de toque, fundamental para o diagnóstico da endometriose profunda.
Voltar
ao Topo