Quais são os principais benefícios de amamentar os bebês?
A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendam o aleitamento materno até os 2 anos de vida ou mais. Veja dicas para esse momento.
A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) preconizam o aleitamento materno até os 2 anos de vida ou mais e consideram que deve ser o único alimento exclusivo do bebê até os primeiros 6 meses de vida. A composição do leite materno – que inclui vitaminas, nutrientes, gorduras e proteínas – estimula o crescimento e o desenvolvimento do bebê. Além disso, evita sobrepeso na adolescência, influenciando na inteligência e no desenvolvimento infantil.
Entre os nutrientes presentes no leite, podemos citar a caseína e a lactoalbumina, que favorecem a digestão e fortalecem o sistema imunológico. Já as gorduras, como os ácidos graxos de cadeia longa, estimulam a evolução do cérebro e do sistema nervoso.
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Recomenda-se que a criança seja amamentada sem restrições de horário e de tempo de permanência na mama. É o que se chama de amamentação em livre demanda ou amamentação guiada pela fome do bebê.
Benefícios de amamentar os bebês:
• Evita diarreias e infecções respiratórias;
• Diminui o risco de desenvolvimento de alergias, diabetes, colesterol alto e hipertensão;
• Oferece uma nutrição correta e reduz a chance de a obesidade se estabelecer;
• Contribui para o desenvolvimento ósseo e muscular da face do bebê;
• Promove o vínculo afetivo com a mãe;
• Diminui as chances de doenças relacionadas com o sistema imune, inclusive na vida adulta, como a doença de Crohn e os linfomas, se instalarem;
• Reduz o risco de infecção por coronavírus.
Para a mãe:
• Ajuda a mãe a retornar ao peso anterior da gravidez;
• Estimula a recuperação do útero no pós-parto, diminuindo o risco de anemias e hemorragias nos dias que seguem o nascimento;
• Previne a osteoporose e os cânceres de mama, útero e ovário associada às boas práticas de saúde;
• Promove também o vínculo afetivo da mãe com o bebê.
Os desafios da amamentação! Entenda
Ganham a mãe, o bebê e a sociedade, pois ao evitar o aparecimento de uma série de doenças, o aleitamento tem um impacto positivo no sistema de saúde do país.
Os principais cuidados nos primeiros 2 anos de vida
Para que esse momento seja prazeroso, o recém-nascido precisa retirar o leite do peito de forma eficiente, além de não machucar os mamilos da mamãe.
A seguir, separamos mais algumas dicas para que esse momento seja muito especial.
• Assim que o bebê fizer a pega e começar a mamar, relaxe e aproveite o momento ao máximo, fortalecendo sua conexão com seu filho; quando o bebê inicia a sucção, o movimento ajuda o seio lactífero a expelir o leite.
• Sempre que possível, estimule o bebê com toques, carinho, conversa e até mesmo canções. Essa interação ajuda ambos a relaxarem, além de incentivar a percepção do bebê sobre o ambiente.
• Para o máximo conforto, é recomendado que a mãe apoie os pés e as costas em uma superfície macia, como uma almofada ou travesseiro, sempre que for amamentar.
• Se o bebê adormecer durante a amamentação e a mãe achar que ele ainda não mamou o suficiente, ela deve acordá-lo para completar sua alimentação.
Amamentação: fissuras e rachaduras não são normais!
Intercorrências das mamas ao amamentar os bebês
É preciso tomar alguns cuidados específicos para evitar dores e inflamações durante a amamentação. Em torno de três dias após o nascimento do bebê acontece a apojadura (popularmente conhecida como a descida do leite), em virtude da queda dos hormônios da placenta e do aumento da produção dos hormônios da lactação. Se não houver o adequado esvaziamento da mama, pode ocorrer o ingurgitamento mamário. Essa condição, que deixa as mamas volumosas e endurecidas, causa dor e desconforto para a mãe e até mesmo dificulta a mamada do bebê.
Para aliviar os machucados, a mãe deve focar a amamentação na mama menos dolorida e, assim que possível, procurar um médico especialista para ver a melhor forma de tratamento das fissuras.
Mamas ingurgitadas ou empedradas
Isso acontece quando não há o esvaziamento adequado da mama. Pode se dar no período de apojadura, pelas mamadas pouco frequentes, e quando a mãe se afasta do bebê, por exemplo, com a volta ao trabalho. Nessas situações, procure amamentar com frequência, sem horários fixos, e retire um pouco o excesso de leite antes da mamada.
Obstrução do ducto
Acontece quando o leite produzido em determinada área da mama não é drenado. Isso pode ocorrer quando há mamadas infrequentes, quando existe pressão em uma área da mama (como um sutiã muito apertado, por exemplo) ou como consequência do uso de cremes nos mamilos. Nesses casos, a massagem e a extração do leite são indicadas.
Mastite
É a inflamação da glândula mamária, geralmente acompanhada de infecção bacteriana. Na mastite, a parte afetada da mama encontra-se dolorosa. Além de manter a amamentação e garantir o esvaziamento adequado da mama, procure o médico.
Monilíase mamária
É um processo infeccioso fúngico que causa coceira e dor intensa, mesmo com o bebê mamando. O uso excessivo de conchas e absorventes é um grande fator de risco. Na suspeita de monilíase mamária, procure manter as mamas secas e arejadas e busque avaliação médica.
Posições para amamentar
A posição mais indicada para o aleitamento é aquela que traz mais conforto para a mãe e o bebê. Existem quatro posições básicas que facilitam o momento da mamada: a tradicional, a deitada, a cavalinho e a invertida.
Em qualquer posição é importante que o bebê fique bem próximo e voltado para o corpo da mãe, com a cabeça e o tronco bem alinhados e a boca de frente para a região areolar.
Uma boa dica também é variar os seios durante o aleitamento. A mãe deve observar se a mama foi completamente esvaziada antes de mudar a posição do bebê e oferecer a outra, caso necessário. É normal que o bebê faça algumas pausas para descansar.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca quatro pontos-chave que caracterizam o posicionamento e a pega adequados:
1 – Rosto do bebê de frente para a mama, com o nariz na altura do mamilo;
2 – Corpo do bebê próximo ao da mãe;
3 – Bebê com cabeça e tronco alinhados (pescoço não torcido);
4 – Bebê bem apoiado;
Pontos-chave da pega adequada:
1 – Mais aréola visível acima da boca do bebê.
2 – Boca bem aberta.
3 – Lábio inferior virado para fora.
4 – O queixo toca a mama.
Translactação
Translactação (humano pasteurizado) é o procedimento utilizado para alimentar o recém-nascido e estimular a lactação. A indicação do médico se dá quando o bebê apresenta alguma condição que o impeça de mamar da forma tradicional, como: sucção pouco eficiente de prematuros, determinadas doenças neurológicas ou cardíacas e hipotonia muscular (p. ex.: síndrome de Down).
Para as mães, essa indicação ocorre nas seguintes situações: descida tardia do leite; pós-parto imediato; uso de medicamento que dificulte a produção do leite; retomada da amamentação; em casos de recém-nascidos adotados ou uma mama menor que a outra.
Como é feita?
A translactação pode ser realizada com uso de sonda ou seringa. O recém-nascido ficará no peito abocanhando a aréola e a sonda e retirando o leite que flui da seringa e, ao mesmo tempo, sugará o mamilo. O volume de leite a ser oferecido será progressivamente aumentado até atingir o volume total recomendado para o ganho de peso do bebê.
O sucesso da translactação parece ser mais fácil quando o recém-nascido tem menos de 2 meses de vida, não está acostumado com bicos artificiais e apresenta menos tempo de interrupção da amamentação.
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