Parto cesárea × normal × parto humanizado. Qual a diferença?
Entenda qual a diferença entre eles, os cuidados e preparos essenciais
A decisão sobre qual tipo de parto é mais adequado precisa ser dividida entre o médico e a gestante. Para tanto, o profissional deve dar informações sobre a situação clínica da mulher e mostrar os riscos e benefícios envolvidos em cada escolha. A seguir, vamos falar um pouco sobre cada tipo de parto, suas vantagens e formas de se preparar para o momento do nascimento.
Parto cesárea
A cesariana eletiva, que pode acontecer sem que a mulher entre em trabalho de parto, aumenta as chances de problemas respiratórios neonatais, alergias da infância e intolerâncias, entre outros danos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as taxas de cesarianas marcadas devem ser em torno de 10-15% das cesáreas, que condizem com as indicações que salvaguardam a vida da mãe e do recém-nascido. No entanto, no Brasil, o índice é de 58%, o segundo maior do mundo, perdendo apenas para a República Dominicana.
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A cesárea é um procedimento cirúrgico que pode salvar a vida da gestante e do bebê, quando existem complicações na gestação e/ou no parto. Como toda cirurgia, esse método oferece perigos que não devem ser ignorados, muito menos escondidos das gestantes. Mulheres que fizeram cesáreas repetidas apresentam risco maior de histerectomia e ruptura do útero e os bebês podem nascer também com problemas respiratórios. Porém, quando for para salvar a vida da mãe e do bebê, esse procedimento é essencial e deverá ser indicado pelo médico.
Como se preparar para uma cesárea
Por se tratar de uma cirurgia marcada (salvo quando for uma cesárea de emergência), a grávida poderá se preparar antes. Confira abaixo algumas dicas:
1 – Jejum de oito horas (de comida)
Assegura que não vai haver refluxo de alimento, vômito e aspiração desse tipo de conteúdo na hora do parto.
2 – Só beber água até duas horas antes da cirurgia
3 – Retire o esmalte das unhas (ou use esmalte transparente)
As extremidades dos dedos fornecem ao médico informação sobre a oxigenação da paciente.
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Parto vaginal ou normal
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), se a mãe e o bebê estiverem bem de saúde, o parto deverá ser normal, com pouca intervenção médica. Uma grande vantagem do parto normal é a rápida recuperação da mãe, sem as restrições de movimentos que a cesárea pode impor. Além disso, o parto normal pode estimular ainda mais o vínculo entre a mãe e o bebê – caso o recém-nascido esteja bem, pode ficar em contato direto com a pele da mãe e só depois ser levado para fazer os exames necessários.
Como se preparar para o parto normal
O parto normal começa com as contrações e, perto da hora do parto, a gestante poderá sentir a barriga endurecer. A partir daí, ela deve tomar banho e repousar para ver se as contrações vão continuar.
1 – Sangramento
Dias antes do parto natural poderá sair, pela vagina, um muco grosso amarelado, como clara de ovo, com rajas de sangue, que pode ser o tampão mucoso. Este é um sinal de que o parto está próximo. Caso o sangramento venha em grande quantidade, não espere e vá direto para o hospital.
2 – Depilação
Antes do trabalho de parto, a gestante não precisa se depilar. Não é obrigatório nem necessário, pois os pelos pubianos são uma proteção natural para a vagina, ou seja, não precisam ser retirados.
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3 – Jejum
O trabalho de parto é desgastante e exige muita energia da mulher. Dê preferência a comidas leves e sucos naturais, que são de fácil digestão, lembrando que as porções devem ser pequenas. O importante é não ficar em jejum para não ter hipoglicemia. A grávida deve se alimentar sempre, mesmo com náuseas.
4 – Bolsa
Caso a bolsa se rompa e o líquido esteja claro, a gestante pode se arrumar e ir para o hospital com calma. Agora, se o líquido não estiver transparente, ela deve correr para o hospital onde planejou ter o bebê, pois pode significar emergência. Se a bolsa não romper e não houver progressão do trabalho de parto, os médicos podem precisar romper a bolsa. Mas há casos em que o bebê pode, inclusive, nascer dentro da bolsa gestacional, o chamado parto empelicado.
5 – Lavagem intestinal
A gestante não precisa, de forma nenhuma, fazer lavagem intestinal, nem na semana que antecede o parto. Uma dica é se alimentar com produtos leves e de fácil digestão.
Humanização no momento do parto
Humanização no parto não é nenhum método, mas uma série de preceitos que devem ser utilizados durante o parto para que a experiência do nascimento do filho – por meio de cesárea ou parto vaginal – seja única. O parto humanizado envolve o respeito à mulher, não apenas como paciente, mas como indivíduo e ser humano com necessidades particulares. Um dos principais pontos do parto humanizado é escutar a paciente no momento do parto, atendendo às suas solicitações e necessidades, explicando os riscos, os benefícios e a evolução do trabalho de parto, discutindo com ela as necessidades daquele momento.
Um exemplo é colocar o bebê pele a pele após uma cesárea ou quando há, por parte da equipe médica, o respeito à fisiologia e ao empoderamento da mulher como protagonista do parto. Evitar barulho, iluminação agressiva e muitas pessoas na sala também envolve respeito e se relaciona com o parto humanizado. A gestante nunca deve ser colocada em uma posição incômoda e deve ser ouvida em todas as suas necessidades como indivíduo. O importante é que a grávida esteja tranquila para uma boa hora.
Devem ser discutido amplamente os riscos e benefícios para que, caso necessário, as intervenções sejam decididas em conjunto com a paciente. A Maternidade Brasília preconiza o parto humanizado em todas as suas formas. As intervenções são mínimas, seja no parto vaginal, seja no parto cesárea.
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