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O que é dissonância cognitiva e o que ela tem a ver com investimentos?

Entenda como a vontade de afastar situações desconfortáveis pode atrapalhar nossas escolhas ao investir.

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BB Seguros

terça-feira dezembro 29, 2020

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Outro dia, eu queria dar um presente para o meu filho guitarrista e fui escolher uma camiseta. Encontrei uma preta, com estampa de rock clássico e o nome de uma banda, também de rock clássico.

 

Mas alguma coisa estava estranha, e eu não conseguia entender o que era. Algo não estava “batendo”. Olhei de novo. Nada…Meu cérebro continuava com aquela sensação de “falta de harmonia”, mas estava difícil identificar o que era. Seria a cor da estampa? O preço da camiseta?

 

Descobri! A peça, apesar de nova, parecia usada. “Será que eu estava no setor de brechó da loja e nem percebi?”, pensei. Na mesma hora, alguns adolescentes que estavam na loja pegaram a mesma camiseta e começaram a rir. Eu não aguentei. Tive que perguntar por que eles estavam rindo tanto. Foi quando um deles me respondeu que a piada só funcionava para quem conhecia bandas de rock.

 

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Olha só: a estampa era de uma banda – Kiss –, mas o nome era de outra – Led Zeppelin. O que será que estava errado? O desenho ou o nome? Bem que eu vi que tinha algo estranho… E eu até conheço essas bandas!

 

É engraçado quando isso acontece: você sabe que tem alguma coisa fora do lugar, mas não consegue identificar o que é até que alguém te mostre. E mais: ficamos tentando encontrar evidências para que aquele estranhamento faça algum sentido, só para acabar com a sensação de desconforto.

 

Os psicólogos chamam de dissonância cognitiva esse “desconforto” que acontece na nossa mente quando não encontramos uma lógica no que estamos vendo.

 

A questão é que estamos acostumados a certos tipos de padrões e nosso cérebro se sente tranquilo e em harmonia com eles, pois são familiares para nós. Mas quando aparece um padrão desconhecido, no qual não encontramos sentido ou uma referência familiar, ficamos meio desorientados e isso gera um desconforto, a tal da dissonância.

 

O problema é que não gostamos muito de sentir esse mal-estar e logo vamos procurando explicações, mesmo que meio bobas, para dar um sentido qualquer àquela situação. E, na verdade, o que queremos com isso é aliviar a dor causada pela “falta de harmonia”, e não necessariamente encontrar a explicação verdadeira. Nesse momento, qualquer coisa serve.

 

Você já vivenciou isso? Consegue pensar em alguma situação estranha em que você logo encontrou uma explicação, mesmo que absurda? Tenho certeza que sim!

 

O mesmo acontece quando se trata dos nossos investimentos. Quando algo inesperado acontece no mercado financeiro e contraria nossas expectativas, ficamos com aquela sensação de não saber o que fazer. Isso porque, no nosso modelo mental, as coisas deveriam seguir uma direção, mas na realidade estão indo em outra. Por que será?

 

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Em situações assim, geralmente não encontramos uma explicação rápida, afinal, não somos experts em finanças. E aí ficamos nos sentindo desconfortáveis. É a tal da dissonância cognitiva agindo.

 

Nesse momento, tudo o que queremos é nos livrar dessa dor de não saber o que está acontecendo. E mais: queremos nos livrar da dor de não saber o que fazer para adequar esse novo cenário ao nosso modelo mental, nos esquecendo de que existe um mundo objetivo lá fora que não obedece às nossas expectativas.

 

Então, o que fazemos? Cedemos à impulsividade. Aceitamos rapidamente a primeira solução que afaste essa sensação de desconforto, mesmo que ela não seja a melhor alternativa. Isso porque a primeira sugestão que ouvirmos, que vai acalmar nossa “razão”, é a mais parecida com o modelo mental que estamos acostumados é fará todo o sentido. Aí, vamos tomar uma atitude baseados nessa pressão para acalmar o desconforto.

 

Mas e as análises técnicas? E os conselhos dos especialistas de mercado? E a visão de longo prazo e a estratégia de investimento para sua carteira? Pois é… Tudo isso vai por água abaixo.

 

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Mas existe um jeito de não ser “dominado” por essas peças que nossa mente nos prega. E o primeiro passo para isso é buscar mais conhecimento sobre o assunto. Entender que não toleramos desconforto e que estamos dispostos a fazer qualquer negócio para nos livrar dele.

 

Daí, então, precisamos lembrar de esperar algum tempo entre aquilo que queremos fazer no calor do momento, por impulso, e a tomada de decisão.

 

Por fim, antes de fazer qualquer escolha com os seus investimentos em Previdência, consulte os especialistas da BB Seguros, que têm uma visão melhor de diferentes cenários e podem te apontar a melhor direção mesmo quando tudo parecer “desconfortável”.

 

Além disso, procure aprimorar seus conhecimentos sobre finanças. Isso vai te ajudar a criar novos pontos de referência e modelos mentais muito mais realistas, diminuindo bastante a sua dissonância cognitiva quando as coisas não acontecerem do jeito que você imaginava.

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